por Heloisa Reis
As imagens que captamos com nossos olhos vêm imediatamente
associadas a significados dos quais muitas
das vezes nem nos damos conta.
Ao vermos um monte lixo jogado
e amontoado pelo vento, depositado ao longo
de uma calçada podemos sentir a dimensão da ameaça crescente de sermos soterrados por nosso próprio descarte. Imperceptível para a consciência, essa sensação se passa em nossa dimensão do sentir, porque o
valor daquilo que se observa vai muito
além da percepção das formas em
primeiro plano.
O fundo de uma imagem, a
composição de seus elementos, a localização dos objetos circundantes na verdade
dependem totalmente da nossa
posição espacial e principalmente de nossa bagagem de hábitos e cultura.
Que significados apreendemos dessa mensagem dada pelo acúmulo
de lixo numa calçada por onde passamos? A interpretação do que se apresenta em
nosso campo visual é muito influenciada por nosso estado de ânimo e nosso envolvimento
com o momento presente. Mas, há uma dimensão afetiva não rigidamente determinada que faz parte de nossa natureza e é capaz de
criar um campo estendido de nosso pensamento - é pura energia.
Essa energia se propaga
independentemente de transmissões convencionais de informação. É a ressonância mórfica que Sheldrake apresenta como “ um processo básico difuso e não intencional que articula
coletividades de qualquer tipo.” De
acordo com sua observação, algumas moléculas criadas em laboratório por acaso
ou por circunstâncias especiais seguem
um padrão determinado de cristalização e criam uma ressonância mórfica, isto é, um novo campo que passa a existir no mesmo padrão em qualquer
outro laboratório do mundo.
Seria o mesmo princípio da
formação das egrégoras? Vinda da palavra
grega egrêgorein que significa
velar, vigiar, a egrégora é essa
entidade que se cria a partir de um
coletivo, de um campo de energia que se cria em torno de um ideal comum através
de seus padrões mentais e emocionais. Assim, todos os agrupamentos - quer saibam ou não - possuem essa capacidade de realizar no mundo real as aspirações geradas
pela coletividade apenas pela forma padrão em que a energia se concentra.
Afinal, todo pensamento é
energia e circula livremente pelo Cosmos,
como as ondas eletromagnéticas em rede.
Então... voltando ao lixo, e ao que este representa na ação do homem no
mundo.
Será que quanto mais lixo for
jogado, mais ainda o será? E o mesmo acontecerá se passarmos a recolhê-lo?
Segundo a visão antiga do mundo, ainda dominante, a resposta estaria restrita à ação física do ser que jogou o lixo e do vento que o espalhou como responsáveis por levá-lo ao canto da calçada. Mas, na vibração
em faixa de freqüência acima da física, entramos em campo de energia mais sutil, onde os
pensamentos, idéias e ações podem gerar um padrão diferente influenciando o
inconsciente coletivo, ajudando talvez o mundo a ficar mais limpo.
Nossa meta é trabalhar para que esse campo
sutil se amplie: armazenar nessa freqüência de energia que mal p e r c e b e m o s uma
reprogramação que possibilite a
recriação da vida e da realidade para que, em reação em cascata, aumente, e
se faça sensível também no campo da Física. É um convite à reflexão do Eu-Superior.
Mas ainda há muitos mistérios dignos de muita Filosofia, por menos vã e heterodoxa que seja, e a Arte pode revelar que a Realidade pode tornar-se tão exuberante quanto a própria Natureza.
Mas ainda há muitos mistérios dignos de muita Filosofia, por menos vã e heterodoxa que seja, e a Arte pode revelar que a Realidade pode tornar-se tão exuberante quanto a própria Natureza.
Este texto foi originalmente publicado no site A Cronica do Dia em 2012 fazendo parte das reflexoes do Grupo Artemis.
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